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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Emsurb oferece apoio a servidores dependentes químicos

Há nove anos a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) criou o grupo de apoio ‘Força e Vontade'. Voltado para funcionários que sofrem de dependências químicas, o grupo, desde 2002, tem ajudado dezenas de servidores a superar o vício do álcool e de outras drogas. A iniciativa traz resultados positivos para a empresa, ao mesmo tento em que tem contribuído para resgatar a autoestima e devolver a qualidade de vida aos servidores.

A ideia para a criação do grupo surgiu da percepção do aumento de problemas na Emsurb gerados por consequência do abuso do álcool, como a baixa produtividade no trabalho, os atritos entre os funcionários e a ausência frequente. Na época em que foi criado, o álcool era o problema mais evidente entre os integrantes do 'Força e Vontade'. Hoje, no entanto, há um número considerável de funcionários que entram para o grupo em função de problemas com drogas, especialmente com o crack.

Foto: Lízia Martins

Todas as quintas-feiras, o grupo, formado por cerca de 20 pessoas, se reúne na sala de aula situada no horto da Emsurb, no Parque Augusto Franco (Sementeira). Ali os servidores que buscam tratamento são atendidos através de dinâmicas de grupo, palestras e orientações. A assistente social Sônia Cristina Fonseca trabalha, à frente do projeto, no sentido de mostrar os riscos do álcool e das demais drogas, e assim incentivar a abstinência entre os servidores da empresa.

Apoio


“Além de todos os prejuízos físicos que o alcoolismo causa, ele afeta bastante também o desempenho no trabalho, e nos afasta muito da família”, afirma Paulo Gomes da Silva, supervisor de apreensão de animais na Emsurb. Hoje, sete anos depois do último uso de álcool, ele auxilia os colegas, inclusive como palestrante, no processo de superação do vício. “É muito importante que a gente faça tudo o possível para ajudar as pessoas nessa situação. Eu, já tendo passado por isso, considero essa como uma responsabilidade minha”, justifica.

Foto: Lízia Martins

“O mais fácil para as empresas é simplesmente demitir esse funcionário problemático, mas fazendo isso elas se livram do problema ao mesmo tempo em que aumentam muito mais as dificuldades que aquela pessoa terá que enfrentar”, explica o supervisor. “O interesse da Emsurb em ajudar seus servidores mostra o quanto ela se preocupa realmente, não só com o trabalho, mas também com seus funcionários enquanto seres humanos”, elogia Paulo Gomes.

Atuação

Além de conduzir as reuniões semanais entre os servidores em dependência química, a assistente social Sônia Cristina trabalha realizando uma espécie de monitoramento dos indícios característicos da doença. “A gente atua identificando o problema nas ausências, por exemplo. Eventualmente chegamos a visitar o domicílio daquele funcionário que está faltando muito, a fim de lhe oferecer ajuda, caso necessário”, explica.

A idéia do grupo é tratar tanto o psicológico quanto o social dos colaboradores, resgatando nessas pessoas a capacidade de se conviver em sociedade de forma digna. “É claro que em certos momentos é necessária uma intervenção maior, por isso nós também contamos com o apoio dos Centros de Atenção Psicossocial e, em casos urgentes, buscamos a viabilização de acompanhamento hospitalar”, esclarece Sônia.

Mudança de vida

Evaristo Silva*, um dos integrantes do grupo, usa o trabalho da assistente social para ilustrar a generosidade do trabalho da Emsurb. “Sônia é como se fosse nossa segunda mãe, ela realmente se preocupa e, mesmo fora das reuniões, ela faz de tudo pra ajudar a gente”, conta. “Não tem muito tempo que eu comecei a vir para as reuniões, mas elas já têm ajudado bastante. Apesar de eu continuar bebendo um pouco, eu já melhorei muito e não tive mais problemas na empresa”, afirma o servidor.

João Batista* há três anos luta contra o vício do crack e encontra no grupo de apoio ‘Força e Vontade' o suporte para superar as recaídas e enfrentar as dificuldades da abstinência. “Eu já gastei muito dinheiro e até vendi uma moto por causa do vício. Já cheguei a ser internado, mas mesmo que seja difícil eu sei que, com um pouco de ajuda, a gente consegue melhorar”, confia. “Tem várias pessoas aqui que estão bem hoje. A importância do grupo é mostrar que é possível ter uma vida diferente”, conclui.

*Nome fictício para preservar a identidade do servidor.

Com informações: http://www.aracaju.se.gov..br

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